quarta-feira, 8 de junho de 2011

OS PAÍSES DESENVOLVIDOS E OS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS

Considera-se que os países menos desenvolvidos em geral abrangem cerca de três quartos da população planetária e constituem a maioria dos Estados-Nações do mundo atual. Todavia, existem várias expressões que são usadas, às vezes indistintamente, para se referir aos Estados mais pobres do globo: subdesenvolvimento, países em desenvolvimento, Terceiro Mundo, periferias, países do Sul etc.
O termo subdesenvolvimento surgiu após a Segunda Guerra Mundial, principalmente nos documentos dos organismos internacionais, como a ONU(Organização das Nações Unidas, e a UNESCO(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura e depois foi usado com freqüência pela imprensa.
No pós-guerra houve uma espécie de “descoberta” do subdesenvolvimento em virtude da descolonização e da publicação pelos organismos internacionais de dados estatísticos dos diversos países, que dizem respeito a renda per capita e distribuição social da renda, índice de mortalidade e expectativa de vida, taxas de analfabetismo e de subnutrição, formas de moradia e de acesso a água tratada, etc. Esses dados, publicados todos os anos, mostraram que existe uma grande diferença, alguns chegam até a falar em abismo, entre o conjunto dos países ricos e dos países pobres ou subdesenvolvidos. Enquanto numa minoria de Estados há excesso de consumo de alimentos, por exemplo, em um grande número de nações há carência de consumo em geral e até mesmo de alimentos básicos. Portanto, de forma simples podemos afirmar que dois elementos são fundamentais para a definição do subdesenvolvimento: a dependência econômica-tecnológica e as grandes desigualdade sociais.
A dependência dos países subdesenvolvidos em relação aos desenvolvidos significa que: os países subdesenvolvidos, em geral, estão endividados, vivem em regime de dividas externas; exportam (vendem ao exterior) produtos primários ou produtos industrializados com baixa tecnologia e importam (compram do exterior) produtos industrializados com elevada tecnologia; grande parte das principais empresas localizadas nesses países são filiais de empresas estrangeiras que remetem para suas matrizes boa parcela dos seus lucros. Isso provoca nos países subdesenvolvidos forte descapitalização (saída de capital).
As grandes desigualdades sociais constituem o outro importante traço característico dos países do Sul, onde os contrastes entre a camada rica e a camada pobre da população são bem mais intensos.
A expressão países em desenvolvimento surgiu e se expandiu nas décadas de 1960 e 1970 e, na verdade, é mais um eufemismo. Embora ainda usada vez ou outra, essa expressão não alcançou grande popularidade, pois sugere que os países subdesenvolvidos ou do Sul estão se aproximando do Primeiro Mundo, estão se tornando desenvolvidos, o que não é verdade para a grande maioria desses países. Talvez isso tenha servido para alguns casos específicos, como Cingapura ou a Coréia do Sul, entre outros, que nas últimas décadas aumentaram bastante a sua produção e a qualidade de vida de suas populações e que hoje sem nenhuma dúvida podem ser considerados economias desenvolvidas. Mas , para inúmeros outros países – Uganda, Nicarágua, Etiópia, Tanzânia, Bangladesh, Ruanda, Quênia, etc. –, onde o nível de pobreza aumentou nas últimas décadas, essa expressão é completamente inadequada


Terceiro Mundo

A expressão Terceiro Mundo, por sua vez, apesar de ser geralmente usada como sinônimo do conjunto de países subdesenvolvidos, surgiu apenas em 1952, quando o estudioso Francês Alfred Sauvy a forjou com base numa comparação entre os países pobres e o terceiro estado da França nas vésperas da Revolução Francesa de 1789. O terceiro estado Francês era constituído pela burguesia, que antes da revolução não participava do poder político, e pelo povo em geral – camponeses, operários e demais trabalhadores urbanos. Tal termo era utilizado para contrapor esses setores populacionais aos outros dois estados, a nobreza e o clero, que dispunham de enormes privilégios na sociedade francesa da época.
A noção de Terceiro Mundo, portanto, surgiu para enfatizar a pobreza desses países, que abrangem a maior parte da humanidade, em contraposição à melhor qualidade de vida e até a alguns privilégios que existiriam nos outros dois mundo. O Primeiro Mundo seria composto pelos países capitalistas desenvolvidos; o Segundo Mundo, pelos países então considerados socialistas.
Apesar da crise, que acabou com o Segundo Mundo, a expressão Terceiro Mundo permanece até hoje, usada com uma certa freqüência em livros, jornais e revistas (inclusive cientificas). Passou a designar apenas o conjunto de países pobres ou subdesenvolvidos, incluindo aqui boa parte das nações do antigo Segundo. Terceiro Mundo e subdesenvolvimento, portanto, passaram a ser utilizado como sinônimos.

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