domingo, 4 de junho de 2017

A ORDEM MUNDIAL BIPOLAR

Uma ordem geopolítica mundial significa uma correlação de forças no plano internacional, ou seja, um equilíbrio de poder entre os Estados nacionais. Para entender melhor essa ideia , precisamos recordar que existem mais de 200 Estados nos dias de hoje e que cada um deles tem a sua soberania. Em tese, isso significa que cada Estado pode fazer o que bem entender no seu território. Mas apenas em tese, pois atualmente nenhuma nação é autossuficiente, todas dependem das demais.
Os Estados são bastante diferentes. Alguns têm uma população enorme (China, Índia). Outros uma minúscula (Tuvalu, Vaticano). Alguns possuem imensos territórios (Rússia, China e Canadá). Mas há também os territórios pequenos e quase sem recursos. Isso significa que existe uma hierarquia de Estados.
Os extremamente poderosos são as chamadas grandes potências mundiais. Essa hierarquia, juntamente com as alianças entre os países, constitui uma correlação de forças chamada ordem mundial.
Uma ordem mundial pode durar décadas ou séculos e, mesmo assim, será provisória. Ao longo do tempo ocorrerão mudanças nessa correlação de forças por causa de vários fatores: economias nacionais que crescem mais que outras, maior modernização militar num país ou numa região do globo, mudanças tecnológicas, um novo alinhamento de países, etc.
Ao final da Segunda Grande Guerra Mundial, os países europeus estavam arrasados. Os bombardeios aéreos tinham transformando a Europa num vasto campo de ruínas. A produção, que esteve voltadas para uma economia de guerra por quase seis anos, estava totalmente desorganizada e os países , endividados.
A Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação. As zonas de ocupação francesa, britânica e norte americana transformaram-se, em maio de 1949, na República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a zona de ocupação soviética deu origem, um mês depois, à República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).
Os Estados Unidos foram os grandes beneficiados, pois, durante a guerra e por um longo período após o seu término, constituíram-se no principal fornecedor de mercadorias e capital para os países envolvidos no conflito.
A URSS foi a outra grande vencedora. Recuperou os territórios da Estônia, Letônia e Lituânia, parte do território da Polônia e da Romênia, etc e estendeu sua influência a todo o Leste europeu e à parte oriental da Alemanha.
Durante o século XX, vários países se tornaram socialistas. O primeiro deles, a Rússia, em 1917, fez a sua Revolução Socialista e, posteriormente em 1922, agregou-se a vários países vizinhos, criando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), com uma área bastante extensa e grandes riquezas naturais, além de uma indústria de base de certo porte. Por outro lado, os países capitalistas continuaram sua marcha para a expansão cada vez maior do capitalismo.
Até a 2ª Guerra Mundial, dos países capitalistas ricos, aquele que menos sofreu os impactos da guerra foram os Estados Unidos – ao contrário, eles fortaleceram sua posição, criando linhas de crédito tanto para a Europa quanto para o Japão.
Ao final da guerra, dois países tinham enorme poder econômico: Estados Unidos e União Soviética. Mais ainda: cada um deles, representava uma ideologia e eram antagônicos entre si e, ambos lutavam pela mundialização de seu modo de produção.
Esse é o contexto conhecido como Guerra Fria – a luta político-ideológica-econômica entre capitalistas, liderados pelos Estados Unidos e socialistas, liderados pela União Soviética.
Essa bipolaridade, que durou até o final da década de 80, significou que as relações econômicas entre os países do mundo estavam vinculadas a dois polos: o capitalismo e o socialismo. Durante esse período ocorreu a divisão entre a Europa Ocidental e a Europa Oriental, a corrida armamentista nuclear, a corrida espacial, a formação da aliança militar do Ocidente (OTAN), a formação da aliança militar do Leste (Pacto de Varsóvia). Etc.
De certa forma, todos os países, durante esse período eram envolvidos na “onda” da Guerra Fria. Essa luta ideológica (capitalismo X socialismo) durou até início dos anos 90. Particularmente, desde 1986, na União Soviética, uma mudança na política econômica socialista (a Perestroika) passou a orientar e a sugestionar outros países para que mudassem.

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