Todo o processo de transição do feudalismo ao capitalismo, no qual a Revolução Industrial foi o acontecimento mais importante, significou também uma nova maneira de arranjar ou organizar o espaço. Em primeiro lugar, houve uma urbanização, ou seja, o crescimento das cidades com as migrações do meio rural para o urbano.
A urbanização implicou numa grande diferenciação entre o campo e a cidade. As cidades começam a crescer vertiginosamente (urbanização) e o meio rural vai sendo aos poucos influenciado pelas formas de produção da indústria moderna (mecanização e relação assalariada).
O meio urbano torna-se a sede das indústrias e dos serviços modernos (bancos, estabelecimentos de ensino, serviços médicos-hospitalares, administração pública etc.) e o meio rural, o fornecedor de alimentos para a população urbana e de matérias-primas para a indústria que se concentram nas cidades. Nenhuma região escapa a essa nova forma de produção, todas passam a ser integradas, complementares entre si. As cidades vão se tornando a sede de cada região e estabelece-se uma hierarquia, uma rede ou sistema integrado de cidades: as menores ou cidades pequenas, existentes em grande número, dependem da cidades médias (em número menor), e estas são subordinadas as grandes cidades, em especial as metrópoles (poucas).
As grandes metrópoles, onde passa a viver uma proporção cada vez maior da população de cada sociedade moderna ou industrializada, consistem o centro econômico, administrativo e cultural e sediam as principais indústrias e as instituições financeiras, políticas e educacionais. As cidades médias constitui o centro de suas regiões, com indústrias de menor porte (e algumas grandes) filiais ou revendedoras das grandes empresas e universidades (que, em geral, não ocupa lugar de vanguarda em pesquisa, como as das grandes cidades). As pequenas cidades tem importância apenas local, e não nacional nem mesmo regional; dispõem de indústrias ligadas à agropecuária, de bancos com movimentos discreto e de até algumas faculdades isoladas (mas não universidades).
Além de provocar a urbanização com a formação dessa rede urbana e a mecanização do campo, a industrialização cria certas regiões industriais. Nessas áreas, que abrangem várias cidades, há grande concentração de indústrias. No início, essas regiões industriais localizavam-se nas áreas onde havia recursos naturais importantes para as indústrias. Dos recursos naturais, o principal era um carvão, além de matérias-primas, como algodão para as indústrias têxteis, minérios para as metalúrgicas e etc. Era necessário também levar em consideração a existência de mão-de-obra abundante.
Mais tarde, já no final do século XIX, as regiões industriais situavam-se nas áreas onde havia infraestrutura (eletricidade, água encanada, facilidade de transportes), além de mão de obra e facilidade para receber ou extrair recursos naturais.
Depois de certo momento, já no século XX, pouco a pouco a proximidade dos recursos naturais deixa de ser importante, pelo aperfeiçoamento dos transportes, e o fundamental passa a ser a existência de um importante mercado consumidor na área. A partir dos anos de 1970, outros fatores locacionais que se tornaram importantíssimo são a presença de telecomunicações (telefones fibras ópticas para formação de redes de computadores) e de trabalhadores com alto nível de qualificação (daí a importância atual das áreas localizadas nas vizinhanças de importantes universidades e centros de pesquisas tecnológicas).
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