Projeções cartográficas são técnicas destinadas a representar um objeto esférico, com três dimensões – o globo terrestre –, numa folha de papel plana, comm duas dimensões. Alguns mapas possuem três dimensões, com rugosidades que retratam a altitude. No entanto, mesmo assim, permanece o problema de como colocar uma realidade esférica em uma superfície plana.
Para entender melhor o que são projeções cartográficas, temo de lembrar que a Terra possui uma forma geoide, isto é, arredondada com achatamentos nos polos e, que existem países, como o Brasil e o Japão, situados em lados apostos do globo. E ainda que um mapa geralmente é desenhado em uma superfície plana – quase sempre uma folha de papel. Portanto, as projeções cartográficas são formas ou técnicas de representar a superfície terrestre em mapas, que, em sua elaboração, ajudam a amenizar o problema do arredondamento do planeta.
Em resumo, projeção cartográfica consiste em um conjunto de linhas (paralelos e meridianos) que formam uma rede sobre a qual são representados os elementos de um mapa: terra, mares, rios, cidades, etc.
As experiências frustradas de colocar com exatidão as áreas do globo em uma folha de papel, mostram que nunca haverá um mapa-múndi exato. É por isso que dizemos que as projeções são técnicas destinas a “amenizar” e nunca solucionar ou resolver com perfeição a representação de uma realidade esférica em uma superfície plana.
A forma mais fiel, que não significa completa ou exata de representar a superfície terrestre são os globos, feitos de plásticos ou papeis especiais, que imitam o formato da Terra e mostram os mares, os oceanos, os países, etc. nas suas posições corretas. No entanto um globo é difícil de manusear, ao contrário dos mapas, e seria impraticável fazer um globo em grande escala, para obter maiores detalhes, pois ficaria gigantesco, ocuparia muito espaço e seria complicado examiná-lo. Além do mais, não podemos ver em um globo toda a superfície terrestre no seu conjunto: uma parte fica sempre oculta.
Os mapas, em contrapartida, são mais práticos que os globos, pois nos permitem observar todo o planeta ao mesmo tempo e fazer comparações com mais facilidade, em um mapa podemos, por exemplo, colocar uma régua sobre o papel e medir as distâncias da \Terra, o que fica difícil em um globo.
As técnicas mais comuns empregadas na construção das projeções são o uso de um cilindro, de um cone ou de um plano para envolver o globo terrestre e, a partir daí, tentar mapeá-lo, dependendo , as dessas figuras geométricas, as principais projeções são: cilíndricas, cônicas e azimutais ou planas.
Projeção cilíndrica – consiste na projeção da Terra sobre um cilindro, que será desenrolado e colocado em cima de uma superfície plana.
Projeção cônica – repete esse processo, mas, em vez de um cilindro, existe um cone envolvendo o planeta.
Projeção azimutal ou plana – também repete o esquema, entretanto coloca um plano no lugar do cilindro ou do cone. Esse plano pode ser qualquer ponto na superfície terrestre, mas geralmente se prefere usar o polo norte (pois há mais terras emersas – e assim há mais países – no hemisfério norte). Daí frequentemente essa projeção ser chamada de polar.
A projeção azimutal ou plana, em especial a polar, é um tipo de projeção muito usada em livros escolares e altas.
Segundo ela, as diversas partes da superfície terrestre estariam supostamente dispostas em um plano centrado em um ponto qualquer do globo.
O mapa a seguir também possui como centro o polo norte, sendo, portanto, uma projeção polar, mas esse tipo de projeção – plana ou azimutal – poderia ter como centro qualquer outro lugar do planeta: o Brasil, a China, a Nigéria, a Austrália, entre tantos outros.
As vantagens e desvantagens dessa projeção, está no fato de que as áreas próximas ao centro são muito bem representadas, bem detalhadas. Mas as áreas distantes vão ficando cada vez mais distorcidas. Dessa forma, esse mapa pode ser útil para estudar a proximidade entre a América do Norte e a Ásia, verificando as linhas aéreas que unem esses dois continentes e que passam pelo Ártico.
Na época da Guerra Fria, que envolveu os Estados Unidos e a antiga União Soviética, por volta de 1945 e 1989, quando, então, havia um potencial risco de guerra entre essas duas superpotências, os estrategistas de ambos os lados usavam mapas com essa projeção polar centrada no polo norte para estudar possíveis cenários de guerra.
Contudo, se por um lado essa projeção esclarece melhor a proximidade da América do Norte com o norte da Ásia, por outro lado as demais partes do globo, distantes da área polar ártica, ficam muito deformadas. Atende ao enorme afastamento entre o Brasil e a África, sem falar que a Antártida nem aparece no mapa.
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