Um dos grande problemas das projeções é que é possível conseguir, ao mesmo tempo, uma visão mais exata no tamanho (proporção) e nas formas das áreas mapeadas. É necessário priorizar um desses dois elementos em detrimento do outro.
As projeções que valorizam o tamanho, conhecida como equivalentes, acabam prejudicando o formato das áreas. E as projeções que priorizam o formato, chamadas de conformais, sacrificam as proporções.
A projeção de Mercator – é uma projeção cilíndrica e a primeira projeção cartográfica considerada moderna, feita no século XVI pelo matemático, geógrafo e cartógrafo Gerhard Mercator (1512 – 1594).
Como todas as outras , essa projeção tem pontos positivos e pontos negativos. Foi criada quando os europeus empreendiam viagens por todo o mundo, à época das Grandes Navegações e hoje é a preferida da maioria dos navegadores e também utilizadas nos livros didáticos e atlas geográficos.
é uma projeção conformal, que se preocupa com as formas e menos com o tamanho relativo de cada área. Reproduz mais ou menos corretamente o tamanho e o formato das áreas situadas na zona intertropical, mas exagera na projeção das áreas temperadas e polares.
O tamanho da Europa no mapa múndi, parece que é maior que o Brasil, quando na realidade é bem menor. As dimensões da Groenlândia, que parece ter a mesma área do Brasil ou da Austrália, quando é cerca de quatro vezes menor: O Brasil tem 8.514.877 Km² e a Austrália 7.741.220 km²; a Groenlândia, apenas 2.175.600 km².
A projeção de Gall-Peters – é uma projeção, também, cilíndrica, foi concebida em 1885 pelo cartógrafo escocês James Gall (1808-1895) e retomada em 1952 pelo historiador alemão Arno Peters (1916-2002). Peters imaginou que ela seria mais propicia aos países subdesenvolvidos, pois corrige a distorção que existe na projeção de Mercator, na qual a Europa e a América do Norte parecem maiores do que realmente são, e a América do Sul e a África parecem menores.
A projeção imaginada por Gall é do tipo equivalente, ou seja, tem maior preocupação não com as formas, mas com a proporção, o “tamanho relativo” de cada área mapeada. Por isso, ela procura fazer um retrato mais ou menos fiel do tamanho das áreas, embora acabe, muitas vezes, distorcendo os formatos.
Nessa projeção, comparar a Europa com o Brasil, por exemplo, é mais importante que dar a forma exata dessas áreas. O planisfério desenhado de Gall-Peters, apresenta um alongamento das áreasno sentido norte-sul ou no sentido leste-oeste. A África e a América do Sul ficam alongadas no sentido norte-sul e estreitas no outro sentido. Com a Rússia e o Canadá ocorre o inverno: esses países ficam alongados no sentido leste-oeste e estreitos no sentido norte-sul.
Como as demais, a projeção de Gall-Peters tem como aspectos positivos o fato de permitir comparar o tamanho de países ou continentes. Nessa projeção o Brasil fica maior que o Brasil, e a Groenlândia fica bem menor que a Austrália. O aspecto negativo é que o formato das áreas é completamente distorcido. O Brasil fica exageradamente alongado no sentido norte-sul, embora possua quase a mesma distância nos dois sentidos, o norte-sul e o leste-oeste. O mesmo ocorre com a África. O Canadá alonga-se no sentido leste-oeste, como se fosse bem maior que no sentido norte-sul, o que também não é verdade.
A projeção de Robnson – foi criada em 1963 pelo geógrafo e cartógrafo norte-americano Arthur Robnson, é do tipo intermediário – nem equivalente nem conformal – e procura chegar a um meio-termo, mantendo mais ou menos as formas e as proporções entre as áreas mapeadas.
Muito utilizada na representação de planisférios , é a mais comum para uso didático, tendo sido recomendada a professores pela Associação dos Geógrafos norte-americanos.
Entretanto, como acontece em todas as outras, também existem distorções nessa projeção. Não é possível manter, ao mesmo tempo e com perfeição, as formas, o tamanho e as distâncias entre as áreas. Assim, essa projeção deforma algumas áreas – por exemplo, as regiões de altas latitudes como a Antártida –, além de diminuir ou aumentar certas distâncias.
Projeção descontínua – desenhar um mapa na projeção descontinua corresponde mais ou menos a colocar uma casca de laranja em pedaços sobre um papel: as partes ficam afastadas umas das outras, sendo impossível juntá-las perfeitamente. Nessa projeção, algumas áreas ficam cortadas, o que mostra como é difícil representar uma realidade esférica em uma folha plana.
Os mapas na projeção descontínua apresentam , em geral, exatidão e riqueza de detalhes, mas torna-se difícil calcular as distâncias por causa dos “cortes” ou interrupções. Assim ela tem as suas vantagens: para mostrar
, por exemplo, a distribuição das indústrias no mundo, as concentrações de populações ou cidades, esse tipo de projeção é muito bom. Mas possui também as suas desvantagens: para calcular distâncias e, principalmente, para mostrar toda a superfície da Terra em conjunto, com seus continentes e oceanos, essa projeção é falha.
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