Até o final do século passado era comum a ideia de que existia uma explosão demográfica, como se o crescimento da população fosse o maior problema econômico e alimentar da planeta - alguns falavam até em "bomba populacional" prestes a explodir. Previsões alarmistas falavam que a população mundial chegaria aos 12 bilhões e que haveria a necessidade urgente de implantar um rígido controle da natalidade. Preocupado com o crescimento populacional acelerado, Malthus publica, anonimamente, em 1798, An Essay on the Principle of Population, obra em que expões suas ideias e preocupações acerca do crescimento da população do planeta. Malthus alertava que a população crescia em progressão geométrica, enquanto que a produção de alimentos crescia em progressão aritmética. No limite, isso acarretaria uma drástica escassez de alimentos e, como consequência, a fome. Portanto, inevitavelmente o crescimento populacional deveria ser controlado.Para os neomalthusianos, uma população numerosa seria um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza.
Com relação a bomba populacional, a explosão da natalidade que devoraria toda a comida do mundo e esgotaria ou poluiria o ar e a água, esse pino não foi puxado. A taxa de natalidade em países como a Itália, o Japão ou a Rússia, entre outros, despencou para níveis abaixo do necessário para a reposição da população. A idade usual para o casamento e a gravidez elevaram-se e o uso de anticoncepcionais subiu as alturas.
A ameaça agora é mais regional do que global, circunscrita a lugares como a Nigéria ou ao Paquistão. Desde 1968, quando a Divisão de População da ONU previu que a população cresceria para no mínimo 12 bilhões em 2050, o órgão tem constantemente revisado suas estimativas para baixo. A previsão atual está num patamar de 9 bilhões para esse ano.
Na verdade, isso se deve, aos bilhões de bebes que nunca nasceram. Nos países desenvolvidos, muitas mulheres foram para a universidade e passaram a buscar a realização pessoal e profissional, deixando para mais tarde a realização da maternidade. Muitas não querem filhos, ou decidiram não ter mais de dois filhos. E mesmo no resto do mundo as taxas de natalidade vêm declinando a cada ano.
As medidas simples de saúde pública tais como represas para fornecer água limpa, vitaminas para grávidas, lavagem das mão para parteiras, sais de reidratação oral para bebês, vacinas para crianças pequenas e antibióticos para todos ajudaram a dobrar a expectativa de vida no século XX, de 30 para 60 anos na média mundial.
Alarmados com a tendência de estagnação ou até de regressão demográfica, muitos países estão pagando às cidadãs para engravidarem. A Estônia paga um ano de licença maternidade, a Austrália lançou um subsidio de US$ 2 mil por bebê e o Japão até pouco tempo, pagava até US$ 10 mil para cada operário que tivesse um filho.
Uma autoridade disse às pessoas: "Vão para casa e façam seu dever patriótico hoje a noite". As prefeituras japonesas, que atacam o problema num estágio precoce, organizam cruzeiros para solteiros arrumarem parceiros.
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