Dizemos que uma sociedade está se urbanizando quando o crescimento da população urbana é maior do que o da população rural.
A urbanização, portanto, corresponde ao processo demográfico caracterizado pela concentração da população nas cidades e não deve ser confundida com o aumento da área das cidades (crescimento urbano).
As taxas de urbanização são diferentes em cada espaço geográfico, como nas Grandes Regiões do Brasil ou nas unidades da federação.
A urbanização é um acontecimento mundial. Entretanto, ela não ocorre em todos os países na mesma época nem com a mesma velocidade. Aqueles que iniciaram a industrialização nos séculos XVIII e XIX se urbanizaram antes dos que se industrializaram posteriormente, como o Brasil.
Em 1951, no Reino Unido, primeiro país a realizar a Revolução Industrial, 80% da população vive em cidades, e no Brasil, país de industrialização tardia, apenas 36% vivia em cidades em 1950.
Somente a partir das décadas de 1950 e 1960, a população urbana cresceu de forma acelerada no Brasil. Isso ocorreu, principalmente, em virtude da maior industrialização da região Sudeste e do êxodo rural. Esse processo adquiriu grande impulso a partir de 1970, quando a população urbana (56%) ultrapassou a rural (44%) no país. Nas décadas seguintes, o Brasil continuou a se urbanizar muito rapidamente.
Vários foram os motivos que levaram a urbanização brasileira. A industrialização do Brasil e principalmente da região Sudeste, a partir da década de 1950, é uma das causas da urbanização, considerando que a indústria, por ser uma atividade econômica predominantemente urbana, atrai populações das zonas rurais que estão em busca de emprego.
Os baixos salários, a precária assistência médica-hospitalar e as dificuldades do trabalhador rural e tornar-se proprietário de terra para cultivar, além de fatores naturais como as secas, foram e ainda são algumas das principais causas da migração campo-cidade.
Além disso foi criado o Estatuto do Trabalhador Rural (ETR) que assegurou direitos aos trabalhadores rurais – jornada de 8 horas, salário mínimo, férias, repouso semanal, 13º salário e aviso prévio, no caso de demissão. Com a nova legislação, muitos proprietários rurais dispensaram seus trabalhadores com o argumento de que não teriam condições financeiras para arcar com os encargos sociais. Como grande parte desses trabalhadores que ficaram desempregados morava nas propriedades rurais onde trabalhavam, houve grandes migrações do campo em direção às cidades.
Expulsos do campo, muitos deles passaram a viver precariamente nas periferias das cidades e se transformaram em trabalhadores rurais temporários ou boias-frias. A contratação de mão de obra por tempo determinado se tornou um artifício dos proprietários de terras para evitar os custos impostos por essa legislação.
Se, por um lado, o ETR passou a proteger o trabalhador rural, por outro, favoreceu o intenso êxodo rural, contribuindo assim para a urbanização do Brasil na segunda metade do século XX.
Com crescimento da população urbana, há necessidade de maior número de escolas, professores, hospitais, médicos e de ampliação das redes de água e esgoto, coleta de lixo, transporte urbano e Comércio. O crescimento dos serviços urbanos amplia o mercado de trabalho e, consequentemente, atrai populações rurais que estão em busca de emprego, contribuindo, também, para a urbanização.
A introdução de televisão no Brasil, no início da década de 1950, mostrando o modo de vida urbano, principalmente das grandes cidades, em filmes, telenovelas, documentários, telejornais e etc., despertou entre os jovens do campo o desejo de conhecer e viver a vida retratada nas telas. Essa situação continua ao longo dos anos, também contribuindo para a urbanização brasileira.
atualmente, a maioria da população brasileira é urbana. Porém, durante grande parte da história, a urbanização foi modesta em função da economia brasileira ser basicamente agrária.
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