quinta-feira, 17 de abril de 2014

COLONIZAÇÃO DO CONTINENTE AFRICANO

A partir de meados do século XIX, as atividades de exploradores e cientistas europeus no continente despertaram a atenção das potências da Europa para essa parte da Terra, anteriormente apenas tocada perifericamente por portugueses, espanhóis e outros. O continente, em pouco tempo, foi repartido entre alguns Estados europeus, partilha esta praticamente sancionada internacionalmente pelo Congresso de Berlim de 1885. Durante as quatro primeiras décadas do século XX, a África apresentou-se como um continente colonial – verdadeiro quintal da Europa – e suas terras encontravam-se repartidas praticamente na sua totalidade entre alguns Estados europeus. Com a formação de colônias, a economia do continente foi ainda mais modificada, visando atender às necessidades do colonizador. A colonização de exploração, por exemplo, alterou a agricultura de subsistência que antes era muitas vezes suficiente para a população, substituindo-a por platations e passando a atender ao mercado externo. Praticamente todas as atividades do continente foram desenvolvidas visando às necessidades do colonizador, se elas trouxeram algum beneficio às colônias, este foi uma simples conseqüência de alguma atividade interessante ao colonizador.
Essa colonização imprimiu suas marcas no continente. A partilha e a criação de fronteiras foram feitas sem levar em conta as diferenças étnicas, culturais ou lingüísticas destes povos, colocando-os dentro de um mesmo território. Com a independência destas colônias e a manutenção destas fronteiras, sérios problemas surgiram em decorrência deste fato, levando os diferentes grupos a disputas pelo poder, a conflitos civis e a separatismos. Além da desestruturação econômica, o europeu também introduziu o seu modelo de instituições judiciais e administrativas, desconsiderando as existentes até então. Alterou os hábitos, costumes e o idioma do africano e pregou a sua pretensa superioridade, mediante o uso da ideologia racial, visando justificar a subordinação dos povos africanos aos seus interesses políticos e econômicos. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, havia no continente africano somente quatro Estados independentes – Libéria, Etiópia, Egito e União Sul-Africana. Na prática, entretanto, todo o continente era colonial. O Egito, protetorado – britânico até o ano de 1992, continuou sobre a influência inglesa e uma de suas áreas mais significativas ( o Canal de Suez) era controlada militar e financeiramente. A Etiópia, antigo Estado africano, foi ocupada pela Itália de 1936 a 1941. nessa data, forças britânicas expulsaram os italianos do território passando a exercer sua influência na região. A Libéria, constituída a partir de 1822 com o objetivo de abrigar uma população norte-americana descendente de escravos africanos, embora oficialmente soberana, sempre esteve economicamente vinculada aos Estados Unidos. Sua independência ocorreu em 1847. A União Sul-Africana constituía um domínio da Comunidade Britância de Nações e, embora na prática fosse independente, nela ainda eram vivos os fatos relativos à Guerra dos Bôeres (conflito entre a Grã-Bretanha e os bôeres (descendentes de holandeses). No fim da Segunda Guerra Mundial, um sopro de liberdade percorreu o mundo inteiro. Na África, os movimentos de independência das colônias européias sucederam-se em cadeia durante os anos que se seguiram. Em cerca de 15 anos, de 1951 a 1965, uma parte considerável do continente tornou-se independente. Os novos Estados surgidos no continente africano constituem o fruto da presença colonial na África.

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