Estudar geografia é uma forma de compreender o mundo em que vivemos. Por meio desse estudo, podemos entender melhor tanto o local em que moramos – seja uma cidade, seja uma área rural – quanto o nosso país, assim como os demais países da superfície terrestre. O campo de preocupações da geografia é o espaço da sociedade humana, onde a humanidade vive e, ao mesmo tempo, produzem modificações que o (re)constroem permanentemente. Indústrias, cidades, agricultura, rios, solos, climas, populações: todos esses elementos – além de outros – constituem o espaço geográfico, isto é, o meio ou a realidade material onde a humanidade vive e do qual ela própria é parte integrante.
Tudo nesse espaço depende do ser humano e da natureza. Essa última é a fonte primeira de todo o mundo real. A água, a madeira, o petróleo, o ferro, o cimento e todas as outras coisas que existem nada mais são que aspectos da natureza. Mas o ser humano reelabora esses elementos naturais ao fabricar os plásticos a partir do petróleo, ao represar rios e construir usinas hidrelétricas, ao aterrar pântanos e edificar cidades, ao inventar velozes aviões para encurtar as distâncias. Assim, o espaço geográfico não é apenas o local de morada da sociedade humana, mas principalmente uma realidade que é a cada momento (re) construída pela atividade do ser humano.
As modificações que a sociedade humana produz em seu espaço são hoje mais intensas que no passado. Tudo o que nos rodeia se transforma rapidamente. Com a interligação entre todas as partes do globo, com o desenvolvimento dos transportes e das comunicações, passa a existir um. Mundo cada vez mais unitário. Os “mundos” ou sociedades isoladas, que viviam sem manter relações com o restante da humanidade, cederam lugar ao espaço global da sociedade moderna.
Na atualidade, não existe nenhum país que não dependa dos demais, seja para suprimento de parte das suas necessidades materiais seja pela internacionalização da tecnologia, da arte, dos valores, da cultura afinal. Uma guerra civil, fortes geadas com perdas agrícolas, a construção de um novo tipo de computador, a descoberta de enormes jazidas petrolíferas, enfim, um acontecimento importante que ocorra numa parte qualquer da superfície terrestre provoca repercussões em todo o conjunto do globo. Muito do que acontece em áreas distantes acaba nos afetando de uma forma ou de outra, mesmo que não tenhamos consciência disso. Não vivemos mais em aldeias relativamente independentes, como nossos antepassados longínquos , mas num mundo interdependente e no qual as transformações se sucedem numa velocidade acelerada.
Para nos posicionarmos inteligentemente em relação a este mundo temos de conhece-lo bem. Para nele vivermos de forma consciente e crítica, devemos estudar seus fundamentos, desvendar seus mecanismos. Ser cidadão pleno em nossa época significa antes de tudo estar integrado criticamente na sociedade, participando ativamente de suas transformações. Para isso, devemos refletir sobre o nosso mundo, compreendendo-o do âmbito local até os âmbitos nacional e planetário. E a geografia é o instrumento indispensável para empreendermos essa reflexão.
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