segunda-feira, 6 de março de 2017

O BRASIL E A GLOBOLIZAÇÃO


No Brasil , o processo de industrialização resultou na integração econômica do território, sob a hegemonia do Centro-Sul. A montagem do modelo urbano-industrial assentou-se sobre um tripé, construído pelos capitais nacionais, pelas empresas estatais e pelos investimentos transnacionais. A consolidação desse modelo ocorreu paralelamente à modernização da economia rural, materializada pela mecanização da agropecuária e pelo êxodo rural, que alimentou a rápida urbanização. A configuração de um mercado interno unificado completou-se através das rodovias de integração nacional, que conectaram o Nordeste e a Amazônia ao Centro-Sul. O setor industrial e o setor de transportes passaram a dominar a demanda energética.
Nas últimas décadas , a crescente inserção da economia nacional nos fluxos da globalização vem repercutindo intensamente sobre as dinâmicas territoriais brasileiras. As redes de comunicação conectaram mais profundamente a rede urbana. A reestruturação dos eixos de transportes anuncia novas formas de integração entre os complexos regionais e entre o Brasil, seus vizinhos hispano-americanos e a economia-mundo, fundamentais para viabilizar o esforço exportador. Entretanto, observa-se um crescimento inédito da participação dos produtos agropecuários e minerais nas vendas externas brasileiras.
De forma resumida podemos afirmar que a globalização consiste em uma crescente interdependência das economias de todas as nações, o que pode ser observada pelo aumento do volumoso e constante comércio e do turismo internacional, dos investimentos no exterior, dos meios de comunicação e transporte etc. Atualmente, por exemplo, ao contrário do que ocorria até os anos de 1970, os preços e até a qualidade das mercadorias tendem a ser mais ou menos equivalentes em todo o mundo, pois a concorrência torna-se cada vez mais mundial e, não apenas nacional.
Fala-se em redução do tamanho do mundo com os transportes cada vez mais rápidos, com mercadorias de todas as partes do globo podendo ser encontradas em qualquer lugar, com os novos meios de comunicação de alcance global (telefone, celular, faz, televisões a cabo, internet etc.) que tornam os contatos entre pessoas distantes praticamente instantâneos.
A Terceira Revolução Industrial ou revolução Técnico-científica representa uma nova fase do processo de modernização industrial e tecnológica, baseada não mais nas indústrias automobilísticas e petroquímicas, como ocorria na Segunda Revolução Industrial, mas na informática, na biotecnologia, na robótica e na microeletrônica.
Enquanto na Segunda Revolução Industrial, típica do século XX, o importante era a mão-de-obra barata e a matérias-primas, na revolução técnico-científica o fundamental é a mão-de-obra qualificada, com elevada escolaridade, o que implica uma correlata depreciação dos recursos naturais e maior valorização da tecnologia.
Por esse motivo, os países que mais se desenvolveram nas últimas décadas – e também o que vão ter maior desempenho no século XXI – são aqueles onde há ótimos sistemas escolares para a população em geral, onde os recursos humanos são mais qualificados.
Isso hoje é mais importante que o tamanho do território, que a qualidade de recursos (minérios, solos) e até mesmo que a quantidade de populações, pois o que interessa é a qualidade, força de trabalho qualificada e mercado consumidor (algo que pressupõe poder de compra ou aquisitivo), e não mais uma intensa massa de soldados ou mão-de-obra barata, que no passado tiveram certa importância para o poderio dos Estados.

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