quinta-feira, 12 de abril de 2018

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

No final do século XIX, o mundo era dominado pelos países europeus que haviam Realizado a Revolução Industrial, como a Grã-Bretanha e a França, a Alemanha, a Bélgica e outros. A necessidade de conquistar novas fontes de matérias-primas, mercados consumidores e também novas áreas para investimentos de capitais levou esses países a expandirem seu domínio territorial e/ou econômico para América Latina, Ásia e África. Essa ampliação do domínio colonial ficou conhecida como Imperialismo e provocou uma série de guerras localizadas entre os países industrializados.
Entretanto, os países que iniciaram sua Revolução Industrial apenas na segunda metade do século XIX, como a Itália, a Alemanha e o Japão, se julgaram prejudicados, por terem entrado tardiamente na corrida colonial. Com a entrada dessas novas potências industriais na luta pela posse de novos territórios, os confrontos imperialistas foram ficando cada vez mais acirradas.
Assim, a disputa por colônias na Ásia e na África e pela ampliação do mercado mundial originou uma série de divergências que mostravam a impossibilidade de soluções diplomáticas duradouras, e indicavam que o conflito direto entre as nações industrializadas seria inevitável. Essas rivalidades se aprofundaram e, assim, os países criaram um forte sistema de alianças. Em 1882 a Itália, Alemanha e Áustria-Hungria formaram a Tríplice Aliança e, em 1907 a Grã-Bretanha, a França e a Rússia estabeleceram a Tríplice Entente.
Os passos decisivos para a eclosão da Primeira Guerra Mundial ocorreram na região dos Balcãs. A desagregação do império Otomano, que dominou por séculos essa vasta região na Europa, passou a ser uma nova frente de disputa imperialista.
Nesse contexto, aconteceu o choque entre o expansionismo do império Austro-Húngaro e o nacionalismo da Sérvia, que era apoiada pela Rússia.
O Estopim da Primeira Guerra Mundial foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, Herdeiro do trono Austro-Húngaro, ocorrido em 26 de junho de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia. O assassinato pertencia a um grupo paramilitar de nacionalista sérvios (Mão Negra) que se opunha à influência do império Austro-Húngaro nos balcãs e defende a união de todos os eslavos da região sobre o domínio da Sérvia.
A guerra opôs a Alemanha e Áustria-Hungria, países da Tríplice Aliança, aos países que formavam a Tríplice Entente - Rússia França e Grã-Bretanha. A Itália que inicialmente, pertencia a Tríplice Aliança, declarou neutralidade e, mais tarde, junto com o Japão, lutou contra os seus aliados (Alemanha e Áustria-Hungria).
A primeira Guerra Mundial determinou profundas transformações no mundo no início do século XX. Os países europeus, que tiveram suas plantações arrasadas e sua industrialização interrompida, passaram a depender basicamente dos Estados Unidos para se abastecer e se organizar economicamente. Os Estados Unidos, que já se colocavam como forte potência econômica e principal credor da França, Rússia e Grã-Bretanha (por fornecer-lhes armas, alimentos, munições e outros produtos básicos), declararam guerra à Alemanha em 1917.
Em Julho de 1918, as tropas da França, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos realizaram um ataque decisivo conseguindo a rendição da Áustria, da Bulgária e da Turquia. A guerra para Alemanha só terminou alguns meses depois, com a abdicação do Kaiser alemão e a rendição desse país.
Vários acordos de paz foram assinados, em separado, pelos países derrotados na guerra, causando profundas mudanças no mapa político da Europa. O Tratado de Versalhes, assinado em 1919, impôs à Alemanha uma situação arrasadora. Algumas cláusulas desse tratado foram: indenizações de guerra, que enfraqueceram, por mais de uma década, sua economia; renúncia a todas as suas colônias; sessão da sétima parte do seu território a outros países da Europa.
O desmembramento do império austro-húngaro e a perda de territórios pela Rússia também levaram à formação de outros países no espaço europeu. Surgiram a Estônia, a Letônia, a Lituânia, a Finlândia, a Iugoslávia e a Tchecoslováquia. O vasto Império Otomano, na região dos Balcãs, ficou reduzido apenas à Turquia.
Além disso, a Turquia teve que renunciar, a favor dos vencedores, o domínio que exercia no Oriente Médio: a Arábia Saudita, o Iraque e a Palestina passaram para a tutela dos Ingleses, e a Síria e o Líbano foram ocupados pelos franceses.
As novas fronteiras definidas pelos tratados de pós guerra eram instáveis, pois abrigavam num mesmo território, povos germânicos e poloneses, germânicos e tchecos, muçulmanos e sérvios. O conflito entre as diversas nacionalidades, que compartilham o mesmo espaço nacional, gerou uma estabilidade permanente, cujos reflexos são sentidos até hoje, como desmontaram as guerras ocorridas nos anos de 1990 na Iugoslávia.
O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.

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