O espaço mundial pode ser dividido e classificado com o uso de vários critérios, portanto, visto sob perspectivas diferentes. Interpretá-lo depende da escolha de caminhos e modelos de análise adequados e que possam servir de orientação de acordo com o propósito que pretendemos atingir.
As formas como são consideradas as diferentes escalas geográficas é problematizada recorrendo-se à leitura, interpretação e comparação de mapas distintos, demonstrando-se como opções de regionalização do espaço mundial não devem ser vistas como certas ou erradas, mas de acordo com a sua intencionalidade, pois atendem a interesses específicos, assim como quanto à sua parcialidade, já que são produzidas para atender a determinados fins.
O espaço geográfico é um espaço diferenciado em virtude, principalmente, da variedade de elementos da natureza (clima, relevo, solo, vegetação etc.) e das sociedades (produção de riquezas, culturas etc.). Regionalizá-lo, portanto, significa dividi-lo em regiões ou grupos de países, levando em conta as diferenças e semelhanças das diversas áreas, baseando-se, para tanto e principalmente, nas variedades paisagísticas naturais ou na organização socioeconômica.
Os espaços geográficos grandes ou pequenos podem ser regionalizados, como é o caso de um bairro (dividindo-o em áreas residenciais, industriais e comerciais) ou, ainda, do mundo inteiro (identificando, por exemplo, regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas).
Os países do mundo podem ser classificados e agrupados em função de sua renda nacional per capita, como de fato acontece, por exemplo, segundo os critérios adotados pelo Banco Mundial. Isso resulta em um tipo de regionalização em que, principalmente nas estatísticas, são representadas as economias classificadas como “baixa renda” e “média renda” – comumente denominadas de “países em desenvolvimento. Esse grupo inclui 152 países com culturas e níveis de desenvolvimento muito diferentes, compreendendo cerca de 73% das economias do mundo. Muito embora existam debates sobre a adequação do termo “países em desenvolvimento” e fortes críticas com a relação à adoção do PNB per capita e também do PIB per capita, como únicos indiciadores de desenvolvimento, a classificação do Banco Mundial é largamente empregada para propósitos operacionais e analíticos, dada sua simplicidade e aparente consistência.
Nos dias atuais, talvez a regionalização mais importante seja a que inclui a famosa divisão “Norte/Sul, que expressa uma das formas mais conhecidas de ver a distribuição de riqueza do planeta a partir do processo de concentração de renda que se estabelece ao longo do processo histórico e que se cristalizou a partir da segunda metade do século XX.
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