A Guerra Fria obrigou os Estados Unidos e a União Soviética a destinar parte substancial de sua economia e de seus investimentos para a pesquisa e a produção armamentista.
Enquanto isso, outros países do mundo, especialmente Japão e a Alemanha, que ficaram de fora da corrida armamentista, dirigiram seus investimentos aos setores mais produtivos e à ampliação de seus mercados externos. A partir da década de 1970, esses países registraram, anualmente, taxas de crescimento muito superiores às das duas superpotências. O mesmo ocorreu com o Reino Unido, a França, a Itália e o Canadá.
A União Soviética foi o país mais prejudicado pela Guerra Fria. Os gastos militares, especialmente com a produção de armas, impossibilitaram o desenvolvimento tecnológico de outros setores produtivos, tornando sua economia atrasada, limitada e incapaz de atender às necessidades básicas da população. Esse atraso tecnológico, que comprometia o desempenho das atividades produtivas, também se manifestava nos demais países socialistas. A economia socialista dava os primeiros sinais de esgotamento.
O descontentamento popular nos países do bloco socialista era evidente. As manifestações populares, duramente reprimidas em todos os países socialistas, tornaram-se frequentes nos anos 1980.
Em 1985, Mikhail Gorbachev, dirigente da União Soviética até 1991, estabeleceu duas medidas para enfrentar a crise econômica e política que se arrastava em seu país desde a década de 1960: a glasnost (transparência política) e a perestroika (reestruturação econômica).
A glasnost tinha como objetivo promover a democracia. A perestroika propunha a introdução gradual de alguns mecanismos da economia de mercado e o fim do planejamento econômico do Estado.
A União Soviética passou a reduzir os investimentos em armamentos, com o objetivo de aplica-los na agricultura e na indústria de bens de consumo. Além disso, foi necessário recorrer à ajuda externa. Assim, Gorbachev instituiu uma política de reaproximação com os Estados Unidos.
A abertura promovida por Gorbachev estendeu-se aos países do Leste Europeu que apresentavam os mesmos problemas. Até o fim da década de 1980, alguns desses países já haviam modificado suas orientações políticas e econômicas, democratizando suas instituições e adotando mecanismos de mercado, típicos da economia capitalista.
Todos esses fatores provocaram mudanças no mapa da Europa, como a separação da Tchecoslováquia e o esfacelamento da Iugoslávia.
Dois acontecimentos foram muito importantes no processo de abertura do Leste Europeu: a queda do Muro de Berlim (que simbolizou o fim da Guerra Fria), em 9 de novembro de 1989, e a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990.
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