domingo, 12 de agosto de 2018

O TERRORISMO E O 11 DE SETEMBRO


Em diferentes períodos históricos, o terror foi usado para se obter o poder ou para se manter nele. Originalmente, o termo surgiu para designar uma prática de governo, o chamado terrorismo de Estado, que, por meio de atentados, extorsões e tortura, procura intimidar a população e manter os mesmos governantes no poder.
Mais recentemente, o terrorismo - que não deve ser confundido com o fundamentalismo islâmico pode ser entendido como o modo pelo qual grupos políticos impõem sua vontade pela prática de atos violentos.
Movidas muitas vezes por radicalismo político e religioso, as ações terroristas utilizam-se especialmente de atentados violentos contra dirigentes políticos e contra a população civil, geralmente com a finalidade de conseguir publicidade para seus objetivos políticos.
Um caso muito expressivo ocorreu em 11 de setembro de 200, quando quatro aviões com passageiros foram sequestrados. Dois deles tiveram suas rotas alteradas para atingir as duas torres de um dos principais símbolos dos Estados Unidos: o World Trade Center, em Nova York, onde estavam localizadas as sedes de grandes empresas. Outro avião sequestrado atingiu o edifício do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, situado próximo a capital, Washington. O quarto avião caiu na Pensilvânia após os passageiros e a tripulação tentar retomar o controle da aeronave que estava a caminho de Washington. Em nenhum deles houve sobreviventes.
Os atentados resultaram na morte de mais de 3 mil pessoas, paralisaram o país e causaram perplexidade e sentimento de insegurança em todo o mundo, pois ficou aparente a fragilidade da hiperpotência mundial, cuja tecnologia de defesa era julgada infalível.
Com a população assustada pelo acontecimento, o governo estadunidense, após as buscas feitas por suas agências de inteligência, identificou o responsável: o líder Saudita Osama Bin Laden - desafeto do país naquele momento, mas antigo aliado dos Estados Unidos quando da ocupação Soviética do Afeganistão (1979 a 1989). Bin Laden foi treinado pela CIA (Agência Central de Inteligência) e teve papel importante na derrota Soviética no Afeganistão no tempo da Guerra Fria.
A partir de 1990, Bin Laden passou a demonstrar crescente insatisfação com as ações da política externa dos Estados Unidos, entre elas a forte presença desse país na Arábia Saudita (sua terra natal), inclusive com bases militares, e a posição estadunidense favorável a Israel nos conflitos com os palestinos. A partir de então, a qualificação de Bin Laden passou de Guerreiro da liberdade para terrorista. Depois de viver refugiado por quase 10 anos, o líder Saudita foi localizado e morto por militares estadunidenses em maio de 2011.
Os atentados de 11 de setembro de 2001 alteraram completamente o cenário político Internacional e resultaram numa escala sem precedentes da força militar dos Estados Unidos no mundo. Uma das consequências diretas foi o aumento das despesas militares desse país, que haviam sido reduzidas entre 1985 a 2000 em relação aos períodos mais turbulentos da guerra fria: em 2010, por exemplo, elas representavam 43% das despesas militares mundiais e, em 2012, declinaram para 39%.
Entre outros efeitos, os atentados impulsionaram o surgimento da chamada Doutrina Bush, que incluiu a estratégia da guerra preventiva, ou seja, a decisão unilateral (sem consulta a ONU ou a outros organismos internacionais) do uso de força militar contra qualquer país que representasse ameaça à segurança dos Estados Unidos.
Em 2001, o Reino Unido também adotou leis antiterroristas que permitiram deter por tempo indeterminado e sem acusação de qualquer estrangeiro suspeito de constituir ameaça à segurança do país. O brasileiro Jean Charles de Menezes foi uma das vítimas da dessa política. Em Julho de 2005, suspeito de ser um homem-bomba, foi morto equivocadamente por policiais ingleses no metrô de Londres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário